"FÉNIX"
Colectânea Literária
POESIA
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OCEANO
CONSTELADO
I
Um círculo
uma superfície, e tudo é oceano
tudo é infinito
II
Uma luz inesgotável – se fecunda
na prospecção do diálogo – e da
asa
do verbo inefável
III
Uma constelação
em dispersão lúcida
vertigem:
(jogo e forma lúcidos)
de um amor que sempre
amanhece livre
IV
Uma palavra
uma luz piedosa na laringe,
e tudo é denso
e tudo é palavra viva
V
Uma flor
e o canto é uníssono
e o sentimento é intransponível
VI
Uma essência
e a água é constelada:
e entre as almas que se amam
o amor é algo maduro e eterno.
Alberto Araújo |
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NOITE, ASA
INCENDIADA
............................ uma
noite
que tem seus ossos
na flor – E a cor estruturada
no delírio
noite que rompe
treva
e cristaliza-se no núcleo floral
a vestir-se:
(entre sépalas e pétalas)
noite, asa incendiada – e – eis
a proteção:
pão e amor (eira e beira)
:
agora nasce uma estrela
Alberto Araújo |
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SENTIMENTO
EXPRESSO
Que tão logo
o amor torne-se
algo lúcido – e o fluxo flua–
flua no céu
livre sentimento
em ouro-prata
invocando um ar puro
no mais branco véu
valor e glória
o amor pintado a pincel
conclusão:
o amor seja possível
e seu amanhecer seja lúcido
cheirando ao mais delicioso mel.
Alberto Araújo |
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FLOR DO
DESEJO
Uma branca flor– uma flor branca
no limiar brota feliz
e ultrapassa as cores, alegria
e um sentimento desperta
um ávido desejo
de sugar
sugar
sugar
o
néc
tar
flor
um presente divino
flores;
têm cheiro
têm sabor
têm destino
Alberto Araújo |
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PÁSSARO
(resina translúcida)
Pássaro que
sempre aparece
e me alimenta,
ostras
:
e o sol na estrada
murmúrio
e uma lua perfeita
elidindo montanha
vinho
e uma nudez violeta
pede passagem
pássaro
sempre aparece
na minha janela
uma
:
bela imagem
Alberto Araújo |
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TEU NOME É
POESIA
quero-te
sem segundas
sem cronômetros, até o sol
despertar
e tudo será ardor
eloquência
alegria
amar-te
nos versos do teu nome
cujo nome é poesia
ultrapassar as noites
e compor a tua geografia
pensamentos, coito
e o meu corpo seja
a fonte que te sacia
livre arbítrio;
numa noite incendiada
sussurros de fêmea perdida no
cio,
flecha ríspida – navalha
desguarnecendo
a
n
o
i
t
e
v
a
z
i
a
Alberto Araújo |
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